Um homem que levou a vida com uma firmeza obstinada e um individualismo que, às vezes, pendeu para o egoísmo e a frieza. Esse é o retrato resultante de Clint Eastwood: Nada Censurado (Nova Fronteira, 372 páginas, R$ 50), do jornalista Marc Eliot, a biografia do ator e diretor que conseguiu o improvável em Hollywood: ser mais ativo e reverenciado na velhice, tanto pelo trabalho quanto por ser ícone de masculinidade e longevidade. Clint completa 82 anos em 31 de maio.
O livro relata a trajetória de Eastwood desde os tempos em que era aspirante a ator e ganhava a vida como frentista de posto e faxineiro de fábricas até os triunfos recentes, dirigindo os filmes mais profundos e premiados de sua carreira (ganhou dois Oscar de melhor filme e dois de melhor diretor). Passa pelo estrelato mundial que nasceu com o papel de pistoleiro solitário em faroestes italianos e se ampliou com o policial durão Dirty Harry, que rendeu cinco filmes.
Há também análises sobre as relações complexas, distanciadas e secas de Clint com o mundo e, especialmente, com as mulheres. Casou-se jovem, mas sempre teve casos. Seguia um padrão: após um início tórrido, vinha o tédio e ele botava a relação na geladeira até que a amante sumisse.
Após divorciar-se em 1984, disse: “Só existe um modo de ter um casamento feliz e, assim que eu descobrir qual é, casarei de novo”. Parece que descobriu porque, em 1996, casou-se de novo (e assim está até hoje). Dá para entender o recuo, já que Eastwood também disse: “Eu amadureci, tenho ideias diferentes sobre as coisas, como acho que deveria acontecer com todo mundo”.
Os Clints além do cinema
O músico – Eastwood é apaixonado por jazz e é pianista amador. Na juventude, descobriu que tocar era um ótimo ímã de garotas. Mas, quando lançou discos em 1963 e 1980, eles foram puxados mais para o gênero country por causa do seriado de TV Rawhide, seu primeiro sucesso na carreira, e do filme Bronco Billy.
O político – Por impulso, Clint se candidatou (e foi eleito) prefeito da cidade em que mora – Carmel, na Califórnia – só porque ficou revoltado com a proibição de se vender sorvete de casquinha nas ruas. Cumpriu entediado o mandato de dois anos (1986-1988) e nunca mais se candidatou a nenhum cargo.
O conquistador – Inquieto, Eastwood teve casos com
atrizes dos filmes em que trabalhou e inúmeras mulheres
com profissões menos estreladas. Segundo a biografia, as mais famosas com quem se envolveu foram duas estrelas do cinema francês, Catherine Deneuve e Jean Seberg, nos anos 1960.
Matéria publicada na Revista VIP de maio de 2012.
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